terça-feira, 15 de maio de 2012

   O problema da psicanálise é o de saber quem se é, o dos sujeitos é saber o que se faz com isso.

Cósmica cômica

Que o fungo lentamente abrace as raizes,
e a invenção se sustente solitária.
Que o silêncio seja planejado.
Viva os dilemas entre calçadas e quedas livre,
não aplaudo mais por obrigação,
não fico sem interesse,
vivo desconfiando da sorte,
e desviando dos labirintos,
agora que me encontrei vejo como é bom estar perdido,
talvez a maior das plenitudes. Estar invisível, imperceptível,
certo da distância, com o sopro carregado de areia no tornozelo,
um intervalo da cômica cósmica enrascada expectativa de existir.

terça-feira, 3 de abril de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

Domingo

Jeans jogados sobre as cadeiras,
Lembranças pintadas em tons escuros,
entre a passagem insistente e colada,
seus tons pastéis, esvoaçantes,
De pernas cruzadas,
Corpos espalhados,
Fragrância de anos que não passarão,
De escudos caídos,
Rasgados, rendidos,
Domingo é sempre redenção.

terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fim de ponto,

na linha,

marco,

do traço que rasga,

embaraço,

laço no espaço,

vazio que se abre,

aperta o destino,

e vem chegando a hora,

rim, estômago, coração,

razão sem vão,

encontro marcado,

na falta das estrelas,

das batidas do sino,

envergadura da pele,

me respondo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aposta



    Verdade,



    é difícil dizer o que se pensa,

    o que realmente se pensa,

    que seja ordinário,

    ou apenas digno,

    sem idade,

    apenas fases.

    Nunca há tempo,

    tudo bem,

    que seja efeito,

    o que for necessário,

    não o justo,

    como tudo na vida,

    não há culpa,

    e uma coisa leva a outra,

    e assim se vai,

    mais uma rodada.

    quarta-feira, 23 de março de 2011

    conselho?

    Seja assaltado,
    não importa,
    saia de casa,
    vá até o centro,
    tome uns foras,
    pise nas linhas,
    desvie das marquises na hora da chuva,
    tudo bem se as pessoas de guarda chuva caminham sob elas.
    Fique triste,
    esqueça o que for preciso,
    faça que não viu vez em quando,
    deixe ir,
    não responde,
    nem esconde.

    segunda-feira, 14 de março de 2011

    Chamem a cavalaria

    Estou diminuindo, sinto encolher. No peso dos ombros jaz um ser que me empurra, e que com um barbante puxa meu queixo líquido. Por isso eu preciso sair, correr, voar, não importa onde, quero de novo, renovar, solicitar um passaporte, uma outra cidadania, uma ventania, sair do chão, do mesmo, da gravidade das queixas sem fundamentos, correr das vítimas das ruas, trocar as janelas e portas escurecidas pelas vidas, desligar os alarmes sem fim dos carros, dos prédios e celulares, silêncio por favor! Quero enxugar o vazio seco das lágrimas da raiva, cagar sobre a injustiça corrupta que sem efeito continua há milênios gritando nos ouvidos anestesiados de frio, não aguento mais meu não. Não posso mais com as sinaleiras a cada 10 metros, dos pedintes, da indignidade, da burrice dos cegos que acham que tudo está bem e que assim caminham as coisas, dos porcos engordados pela ilusão dos desgraçados, dos vampiros que julgam e desprezam a verdadeira genuina vontade dos outros. Dos olhares retos e das avaliações de desempenho, das indicações, congestionamentos, pop ups, ofertas, vendedores ricos de necessidades estúpidas, imbecilidade do pensamento romântico e futilidade do materialismo raso, pode ser?