Desenrole o vento sul preso em celofane,
Quebre o gelo com uma colher de peito aberto,
derreta a tristeza e espalhe sobre uma forma untada com mel,
leve ao forno num dia de poucas nuvens,
talvez numa noite de lua crescente,
não esqueça das vontades em banho maria,
meio copo de açucar no olhar cai bem,
ressentimento é bom flambado,
sem coberturas no passado,
poucas gotas de limão nas expectativas,
uma pitada de pimenta no sorriso,
misture tudo com as mãos,
fique pronto para se lambuzar,
sem apetite é melhor não começar.
Anora
Há 6 dias
7 comentários:
Adorei essa sua receita poética, meu caro!
Tá anotado, Marcelo!
Ah que eu adorei essa receita!
Bjo, e paz.
Tá.
Quanta inspiração. Me deu vontade de continuar a poesia, descrevendo o prazer da receita na boca. Muito boa essa tua receita.
Apetite!!!! Adorei a receita também, mano! Beijos!
AMEI!
beijo
Obrigado pelos elogios!
É um prato de elaboração quase rara para mim.
Receita do dia de hoje: Clarice Lispector endovenosa, sem moderação!
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