segunda-feira, 23 de março de 2009

Carta de um adeus

Errei, confesso, não por não te querer, mas por não declará-lo. Eu sumi da tua vida. O que me consola é que estavamos juntos por apenas um mês.
Sentenças precisam ganhar o ar, precisam de oxigênio, precisam encontrar ouvidos
Eu me neguei a te dar esse tapa final no ouvido, te deixei sem zumbido por medo mesmo, covardia.
Tu não desconfiava de nada, achei que tu não entenderia se te dissesse adeus no meio daquele aparente azul claro. Nunca te prometi o rosa.

Você parecia contente, talvez achava que eu era o fim de algo na tua vida. Eu te decepcionei. Depois de não sei bem quanto tempo exatamente, três mêses de sumiço, te enviei uma mensagem pedindo desculpas, falando que não queria te magoar, que senti que a gente não ia acontecer e por isso me enterrei para ti. Não conseguia dormir comigo sem te dizer nada. Você não respondeu. Te ensinei a ter mais cautela da pior forma.

A gente parecia tão bem, uma amiga até me disse que você sim, era a pessoa certa, carismática, simpática, gentil, mas você me quis demais muito cedo, sem eu saber não pediu minha permissão para ser quem tanto desejava em mim. A pressa depõe contra o amor. Mas não foi por isso que desapareci de você. Acho que no amor precisamos nos jogar mesmo, pelo menos um dos dois. As razões foram as da pele. A pele tem pensamentos próprios. A tua não me disse nada.

Quem olha não entende, cogita, mas nunca entende. Fui para ti mais idéia do que sentimento.

Peguei carona com o vento e fugi, trapaceei o amor em ti.
Era a verdade ou a fuga. Escolhi a fuga. Não quis apontar meu dedo para os teus lábios.
Deixei em silêncio.

Pensei que tu me daria como morto se eu simplesmente desaparecesse. Esqueceria de mim mais facilmente. Imaginaria eu tropeçando num penhasco. Que fim lindo! A promessa de um amor interrompido em seu prelúdio. Percebo que nos deixei da pior forma, vivendo e sem saber, te perguntando o que fizeste para mim. Te deixei como tuas perguntas não respondidas. Com a idéia de amanhã abortada. Não vou te pedir desculpas. A raiva é diretamente proporcional as boas intenções da desculpa. Não existe paz na separação.

8 comentários:

Nádia Lopes disse...

aaaaaaaaah, que bom!
viu como ao sair da gente, a palavra já vira outra coisa!
Bem vindo!
beijo

Luciane Slomka disse...

comments later. mas bah, tá foda. (no melhor sentido da palavra)

marcelo disse...

Valeu Nadia! Foi difícil mas nasceu.
Dizem que foda é bom né? no melhor sentido da palavra é melhor ainda. rsrsrs!

Luciane Slomka disse...

proponho vinho e escrita na tua casa nesse fim de semana. Topa?

marcelo disse...

Certo mãninha!! Boa idéia! Depois a gente joga o que escreveu na sacada do carpinejar! rsrsrs

Simone K. disse...

Esse texto, se escrito por outra pessoa, poderia ser endereçado a mim... Cometemos os mesmos erros, eu e ela, em circunstâncias e com pessoas diferentes, q inclusive, o Carpinejar bem conhece...
Beijos...

Luciane Slomka disse...

ahahahah! Amei a tua resposta. A gente faz um sarau na janela dele. Ele vai amaaaar!

marcelo disse...

Quem nunca meteu os pés pelas mãos né Simone?