segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Voltar...

Voltar é complicado porque a gente quer sempre reencontrar um lugar melhor.
Viví a alegria de um feriado em companhia de sorrisos sinceros, da lua morna, de refrescos no mar, da música na estrada, do vinho doce, do abraço de bom dia. Tudo muito verde.
A tristeza reside no meu desejo de regressar para um lugar um pouco menos feio, sem tantos sapatos, businas, notícias, camisas apertadas, marrons, corações cerrados e olhares curvos. Parece que voltar é como vestir máscaras de faces rígidas, nervosas, é retocar a pose uniforme de cada manhã, domar a solidão e a vontade de fugir.
Voltar parece que é seguir o itinerário das rotas congestionadas, é ter os pulsos presos e a barba bem feita. É saber esperar o momento de se revelar como se gostaria, se pudessemos ser um pouco mais livres. É por isso que não podemos esquecer por que precisamos de amigos. Somente na companhia deles temos essa hora de ser quem somos, sem precisar.

5 comentários:

Fran disse...

O que eu posso te dizer? Você me descreveu. O sentimento de "amarras" é comum. E como seria bom, tal qual Ivan Lins:
"Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido"

Kenia Santos disse...

Como já disse essa semana, bem-vindo de volta, à selva de pedra, se preferir. =)))

Bem, esse é o seu espaço, eu acho q aqui vc não 'parece' e sim 'transparece' - eu sinto falta de ler a sua humanidade.

Beijo sempre carinhoso.

marcelo disse...

Bem lembrado Fran!! Somos dois cancerianos parecidos então. :) Ficarei cantarolando essa música agora...
Certamente Kenia!! Aqui eu sinto que posso transparecer, apesar de ser um espaço "público" (o que me dá medo), tento ser discreto em minha divulgação. É bom lembrar que "ser humano" é uma força que leva carinho.
Beijão!

Aprendiz do amor disse...

Eu nunca gosto das voltas, as ídas são sempre mais alegres e vivas. Nas voltas parece que deixamos tantas coisas e sorrisos pra trás.

nanda barreto disse...

o homem que não se movimenta não sente as amarras que o prende, já dizia rosa luxemburgo...
mas sempre há um refúgio dentro de si.
=)