quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Inter 2 X Chivas 1


O Inter foi lá, foi lá e virou o jogo como se estivesse em casa. Perdemos nosso artilheiro Alecsandro, substituido de forma equivocada por Roth, mas com Giuliano, o gol é quase garantido. Um time com uma tranquilidade e um toque de bola preciso, digno daqueles que pretendem levantar taças, construir estradas e suportar pressões. Foi preferível levar um gol no fim do primeiro tempo do que no início do segundo, ganha-se assim tempo de respirar, ouvir o técnico e se motivar. O futebol tem suas injustiças e não havia culpados, foi uma cabeçada inusitada do mexicano vestido de Michael Jackson, sem chances para Renan. Voltamos e continuamos fortes e serenos. Celso Roth, como poucos, teve a capacidade de modificar a prória substituição, admitir um erro antes do fim é o que chamo de humildade corajosa, elemento crucial em qualquer guerra. Everton, em nenhum momento mostrou a que veio e não deveria ter sido escalado para abraçar tamanha responsabilidade. Sóbis entra em campo, então recebe a bola pela direita entre dois marcadores, e num passe de três dedos, entrega para D´alessandro no meio, ele inverte na esquerda para Cléber, que com um cruzamento preciso encontra Giuliano, que salta sem medo de ser feliz ou triste e encontra a bola, tudo fica suspenso, um giro de 360 graus percorre a tela da mente como no filme matrix, um milésimo de contato, tudo no ar, ao inferno com Newton e suas gravidades, esquecendo qualquer lei, Giuliano pressente a bola, colocando-a quase que como se com as mãos num ponto inatingível, secreto, escondido, uma nota, um domínio, um toque, um tapa, uma força, uma certeza, um instinto, suave e firme, um arco no tempo, o goleiro voa um voo sem fim, sem retorno ou devolução para o que marcaria o que começava a se tornar uma virada heróica, um abraço entre a bola e a rede, que girando fez pular uma nação inteira, ensinando que a força da imprevisibilidade aleatória raramente desmancha um trabalho dedicado do desejo. E assim foi. Nada está ganho, e o fim pode ainda reservar medos, receios e apreensões, mas até lá serei sempre feliz por torcer pelo Inter. Andar com fé eu vou, não importando se ela falhe.

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