segunda-feira, 29 de junho de 2009

Necessidade

Obrigada a crescer cedo demais,
Teve que limpar a sujeira dos irmãos,

reparar as pontas quebradas da mãe.
Esperou retribuição.
Agora nada a satisfaz,
chora sem saber,
Graduou-se na arte do desaparecimento,
No lugar do coração ficou um cartola sem vestígios de coelho,
os olhos endurecidos não giram mais,
sua tristeza casou, o mundo diminuiu.

Cuidará de quem?
Precisa de um bebê,
foi treinada em lustrar necessidades,
adiará novamente seu encontro consigo?

2 comentários:

pensar disse...

Lindas poesias, e a necessidade de acordarmos e nao sermos marionetes. Uma limpeza bem feita no sotao e a liberdade.Nao ha missao, nao eh para haver tanta repeticao.
Bjs

marcelo disse...

Legal que tu gostou. Acho que term a ver com a coisa da repetição e da liberdade mesmo. Não tinha me dado conta. Valeu! Bj!