
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Sinal amarelo

domingo, 22 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
culpa
"vai ser feliz",
"tu está indo bem",
"pare de ser tão bonzinho".
Uma das falsas vantagens da tristeza é a de aliviar as culpas.
Assuma a pena, e depois siga.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
do vazio
é maléfico quando prenho de auto piedade.
Pode ser mascarado por orgulho, livros, filmes, música, títulos, certezas, cachorros,
desmascarado por sonhos, esperança, amor, coragem, trabalho e paciência,
o vazio aumenta para os que buscam completude,
os que não aprendem que não há conclusões,
do vazio ninguém foge pra sempre,
o vazio pode libertar,
ele só precisa de um abraço.
domingo, 15 de agosto de 2010
Si
me encontrou com seu sorriso de poucas fotos,
entendi rapidamente que não sairia ileso,
eu disse oi e ela respondeu enchendo seu café com açucar,
uma mulher com receitas de família na ponta da memória,
herdou um sorriso tímido e um sinal pouco acima dos lábios que soube derreter,
posssuidora de uma liberdade dos que limpam a própria casa,
a força singela de quem passou por tempestades e sobreviveu,
aprendeu a ficar sozinha,
conhecedora do maduro sabor das doçuras amargas,
ainda assim com um encanto reservado na palma dos olhos,
deixou eu pegar sua mão,
não apertou nem afastou,
assim permaneci e pudemos caminhar,
me levou à Paris sem sair do próprio porto,
me ensinou coisas de cinema comendo devagar,
achou que eu ficaria com receio de suas mãos polares,
não poderia saber dos vendavais por que passei,
suportei o frio acreditando no calor,
e assim poderemos esquecer as traições congelantes,
apostando nossos nomes de verdade.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Inter 2 X Chivas 1

sábado, 31 de julho de 2010
Na terra
Ninguém foge para sempre. Estava cansado de furar, desistir e encolher.
Entendeu que só quase no fundo da tristeza é possível mudar.
Mas balançou de novo, e então suspendeu quase tudo. Depois, com uma desconhecida força, aprendeu a ouvir e calar as vozes travestidas que habitavam suas costas, as que diziam que era completo, tentando abrandar desse modo as penosas faltas, que o faziam questionar o seu ar próprio.
Quis ficar só pela primeira vez com sua franqueza,
queria sentir sem filtro todos os adeuses e desperdícios,
todas as ausências de si,
queria poder voltar a falar sua língua.
Queria tocar o silêncio por trás dos infinitos presentes que imaginava merecer por qualquer suor. Descobriu que depois de tantas peneiras, se fica cego, se submerge em si, e se esquece que o mundo, assim como diz não, também pode oferecer o que se tanto deseja.
Começou a entender onde os sonhos podem ser plantados.
Não mais nas nuvens.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
lembrete
O ministério da saúde mental adverte,
é bom saber usá-los com moderação.
terça-feira, 18 de maio de 2010
silêncio
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Do filme "à procura de eric"

Pancada direto na rede!
-Não.
Wimbledon. Tem que ser Wimbledon. Você está indo na direção da bola.
A bola está vindo.
Calculando a trajetória dela, o ângulo. O giro dela.
Para onde o vento está soprando.
A velocidade do vento. Tudo.
Você estica o pé direito.
Domina à meia altura.
Manda a bomba com o pé.
E enfia lá dentro.
O voleio mais perfeito do mundo.
E já era. É gol.
Tem que ser um gol, Eric.
Eric-Foi um passe.
Steve- Um passe?
Eric - É.
Steve- Meu Deus. Para Irwin contra o Spurs. Sim! Lindo.
Eric- Eu sabia como ele era talentoso. Pé esquerdo ou direito. Foi um reflexo.
Só dei um toque com o lado do pé. Surpreendeu a todos.
Um presente. É como uma oferenda ao Grande Deus do Futebol.
Steve- E se ele tivesse falhado?
Eric- Você tem que confiar nos seus colegas de time. Sempre. Se não, estamos perdidos.
terça-feira, 6 de abril de 2010
diálogo do filme bonecas russas
Ouvimos a voz de Xavier enquanto escreve em seu computador no trem que vai levá-lo até Wendy.
Xavier - Pensei nas garotas que conheci, com quem transei ou só desejei. Elas eram como bonecas russas. Passamos a vida inteira nesse jogo, querendo saber quem será a última, a menor de todas, a que estava escondida dentro das outras desde o início. Não podemos ir direto até ela, temos que seguir as regras. Abrir uma após a outra e nos perguntar: “Esta é a última?”
Por quantas primeiras últimas temos que passar?
segunda-feira, 5 de abril de 2010
os problemas começam...
quando o medo das retinas é maior que o da necessidade,
quando a carência é menor que a solidão.
domingo, 4 de abril de 2010
pra começar
a verdade quase não precisa ser dita,
O que sei deve chegar,
sei que sou insuficiente,
mas enxergo o que devo fazer,
espantarei a preguiça e o medo da solidão,
porque tudo no fim é menos difícil do que imagino,
e ninguém é imune.
terça-feira, 30 de março de 2010
Os que tentam corrigir...
__________________________________________
Sobre o autor:Michel Eyquem de Montaigne foi um filósofo francês que viveu entre 1533 e 1592 na França e era um pessimista em relação à sociedade da sua época.
P.s. Isso me parece tão atual!!
segunda-feira, 29 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
definição de anormalidade
terça-feira, 23 de março de 2010
Dica de bar Porto Alegre
sexta-feira, 19 de março de 2010
sugestões
invente uma mágica pessoal,
crie outra máscara,
não esqueça da simplicidade prazerosa de guiar,
faça uma nova amizade, se for preciso, muitas,
vá no cinema numa tarde de semana,
sugira um filme para o desconhecido ao lado,
fale sobre ele,
sorri sem pressa,
aja como se houvessem garantias.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Momento segunda feira
É mais fácil deixar os outros fazerem as coisas por nós, assim nunca perceberemos nossas próprias deficiências e culparemos eles pela mesma omissão.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Minha leitura de verão
Divido com vocês uma coletânea que fiz a partir do livro que devorei nas minhas férias. Um livro de John Gray chamado "Cachorros de Palha- reflexões sobre humanos e outros animais". Recomendo muito.
"o conhecimento não nos torna livres. Ele nos deixa como sempre fomos, vítimas de todo tipo de loucura"
"Ser uma pessoa não é a essência do que é ser um humano, mas apenas-como a história da palavra sugere- uma de suas máscaras"
"Pessoas são apenas humanos que assumiram a máscara transmitida à Europa durante as últimas poucas gerações e a tomaram como sua própria face"
"fora da ciência, o progresso não passa de um mito"
"a origem da ciência não está na investigação racional, mas na fé, na magia e no logro"
"buscar significado na história é como buscar padrão nas nuvens"
"muito pouco do que tem conseqüência em nossas vidas requer consciência. Muito do que é vitalmente importante só acontece na ausência dela".
"na verdade, em praticamente tudo em nossas vidas, nossas ações são iniciadas inconscientemente: o cérebro nos prepara para a ação e então temos a experiência de agir"
"quando estamos prestes a agir, não podemos predizer o que estamos prestes a fazer. no entanto, quando olhamos para trás, podemos ver nossa decisão como um passo num caminho ao qual já estávamos confinados. Às vezes vemos nossos pensamentos como eventos que nos acontecem e às vezes como atos nossos. Nosso sentimento de liberdade resulta da mudança entre esses dois pontos de vista. O livre arbítrio é um truque de perspectiva".
"pensamos que nossas ações expressam nossas decisões. Mas, em praticamente toda nossa vida, a vontade não decide nada."
"para Hume, a noção de si mesmo é apenas um ensaio de continuidades"
"a noção de si mesmo é um efeito colateral da falta de refinamento da consciência; a vida interior é muito sutil e transiente para ser conhecida em si mesma".
"nossa experiência subjetiva é freqüentemente, talvez sempre, ambígua"
"despertar para a verdade de que a vida é um sonho não precisa significar afastar-se dela. Pode significar acollhê-la.
"Hegel escreveu que a tragédia é a colisão do certo com o errado". "Embate entre o desejo humano e o destino".
"...existe tragédia quando os humanos se recusam a se submeter a circunstâncias que nem a coragem nem a inteligência podem remediar".
"se os mortos pudessem falar, não os entenderíamos"
"a verdade desvelada apenas nos cegaria"
"A conclusão final do trabalho de Freud é que ser uma boa pessoa é uma questão de sorte".
"Para Homero, a vida humana é uma sucessão de contingências".
"ainda falta um filósofo que escreva um grande romance. O fato não deveria surpreender. Na filosofia, a verdade sobre a vida humana não tem nenhum interesse".
"a autonomia pessoal é produto de nossa imaginação, não a maneira como vivemos. Somos forçados a viver como se fossemos livres"
"o pensamento ocidental está fixado no hiato entre o que é e o que deveria ser".
"se agimos certo, não é porque traduzimos nossas intenções em ações. É porque lidamos habilmente com o que quer que precise ser feito".
"as tiranias começam como festivais para deprimidos, sua promessa implícita é que irão aliviar o tédio dos submetidos"."
"é quando acreditam que deixaram para trás sua natureza animal que os humanos mostram as qualidades que apenas eles possuem: obsessão, auto-engano e perpétuo desassossego".
"como a felicidade não está disponível, a maioria da humanidade busca o prazer".
"o tecido de nossas vidas é feito de atos irrecuperáveis e eventos inalteráveis".
Obs. transiente é o mesmo que transitório ou passageiro.
terça-feira, 9 de março de 2010
Cada um no seu quadrado dos infernos
Quase terminada a operação, fui buscar o carro dela, e encontrei o dono da casa: um senhor com seus setenta anos, vestido com um abrigo. Eu já cheguei avisando que o carro era meu e que eu não havia estacionado alí, explicando a situação. Ele parecia visivelmente irritado e respondeu que apesar disso, eu não poderia ter feito aquilo sem a sua permissão, que alí não era local público, tendo expresado sua insatisfação, eu apenas pedi perdão e me retirei com delicadeza. Ele virou-se e voltou para seu asilo.
Fiquei com raiva depois disso, pensei que eu deveria ter sido mais rude e irônico. Deveria ter perguntado se havia lhe ferido ou causado algum mal e, caso sua resposta fosse positiva pediria perdão, cogitei também a possibilidade de ter dito que, se havia lhe ferido, que me perdoasse. Eu juro, meu carro não passou de 5 minutos no local. Tentei imaginar como seria se eu estivesse na situação inversa, se iria me irritar assim e conclui que não. O velho estava dentro de casa, eu não impedi sua passagem, nem tampouco seu direito, super valorizado, intocável, venerável e sagrado de ir e vir, eu estava o tempo todo de olho no carro da colega, em caso de algum imprevisto ou emergência.
Acabei tentando digerir a raiva, me achando um trouxa por ser tão educado e por deixar as pessoas fazerem o que bem entendem sem uma contra repreensão da minha parte em nome do respeito aos mais velhos. Eu não tenho culpa pelos ressentimentos alheios, mas alguém sempre acaba tendo que pagar a conta por eles. Acredito que para fins de entendimento de situações assim, não há sentido em tentar desculpar a resposta do sujeito como consequência da sua velhice, aposentadoria, invalidez, doença, ou viuvez, eu não tenho nada a ver com isso.
Acontece que hoje vivemos, por um lado, uma gigantesca falta de limites e de noção que beira ao caos e a insanidade e, ironicamente, por outro, uma super intolerância contra qualquer pequeno ato "infrator" que invada a calçada do vizinho. Farei de tudo para não acabar como o senhor da rua Antenor Lemos. Tem gente que precisa viver brigando por alguma coisa qualquer, pessoas que acreditam sempre estar sendo lesadas. Quem nunca foi??? Não pode ser isso o que nos determina ou reflete no final. Pelo menos não deixei me dirigir pelas minhas próprias rusgas, não aceitei o convite da briga, não fiz o ódio circular, amorteci no peito e pisei no acelerador sem olhar para o vidro retrovisor. É início de semana. Vida que segue.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Um ponto
Me disseram que sou exigente demais, não sou muito paciente mesmo, é que eu não gosto de empatar vidas, tampouco acredito que a fila simplesmente anda, a impressão que tenho é que ninguém espera por outro, parece triste dizer isso, talvez cruel. Eu ainda esperava. Hora de andar.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Do filme taking woodstock
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
De volta de novo...
Voltei de férias. Foram praticamente três semana de paz e três dias de guerra. Quando cheguei na praia, tirei meus tênis, vesti minhas sandálias e praticamente não fiz mais nada que envolvesse paredes brancas, 4 rodas, consumação, concreto e canos fumegantes, descontando uma ida a Florianópolis com um amigo. Não pulei carnaval e não fiz festa, preferi jogar vôlei, acordar cedo, aproveitar o sol, ler um livro e ficar sozinho. Em minha companhia tive, por vezes, um sapo simpático que não desistia de se segurar, música, vento, família e, por talento e sorte, alguns amigos. Não escrevi nada nesse período, fiquei em silêncio, e continuo, ironicamente, assim. Andava preocupado demais com o que iria postar, e isso não ajuda ninguém a se expressar, não se escreve por decreto ou desejo, escrevo melhor quando preciso, quando não espero ser gostado. Aos que respeitaram meu silêncio, eu agradeço. Agora espero precisar.
sábado, 23 de janeiro de 2010
A velha a fiar

"Estava o homem no seu lugar, veio a morte lhe incomodar: Morte no homem, homem no boi, boi na água, água no fogo, fogo no pau, pau no cachorro, cachorro no gato, gato no rato, rato na aranha, aranha na mosca, mosca na velha e a velha a fiar".
Essa canção está batendo na minha mente volta a e meia, do nada. Acho que ela quer me dizer algo. O recado talvez revela que é melhor se acostumar, não há sossego ou paz no círculo da vida, todo mundo se querendo, sempre tem alguma coisa incomodando, interpelando, esperando ou interrompendo, mesmo assim não podemos deixar de fiar. Mas na verdade, penso que a música quer dizer que é importante saber a hora de parar de fiar, juntar o mata mosca e esmagar a desgraçada, depois fazer outra coisa menos repetitiva e mais interessante com a vida. Cantava quando criança, entendi só agora; pelo menos ainda não sou velho.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
(Joseph Campbell)
Que o narcisista em você consiga largar o osso! Não adianta! O mundo nunca vai retribuir o "super" zelo e a atenção que você, não tão altruistamente, o concede. Pare de esperar retorno. Abandone esse plano absurdo, e não o mundo.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Frase do dia
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Para não esquecer...
"Eu não penso que a vida é absurda. Eu penso que nós estamos aqui por uma grande razão. Eu penso que nos retraímos devido à imensidão da razão pela qual estamos aqui".
Norman Mailer
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Voltar...
Viví a alegria de um feriado em companhia de sorrisos sinceros, da lua morna, de refrescos no mar, da música na estrada, do vinho doce, do abraço de bom dia. Tudo muito verde.
A tristeza reside no meu desejo de regressar para um lugar um pouco menos feio, sem tantos sapatos, businas, notícias, camisas apertadas, marrons, corações cerrados e olhares curvos. Parece que voltar é como vestir máscaras de faces rígidas, nervosas, é retocar a pose uniforme de cada manhã, domar a solidão e a vontade de fugir.
Voltar parece que é seguir o itinerário das rotas congestionadas, é ter os pulsos presos e a barba bem feita. É saber esperar o momento de se revelar como se gostaria, se pudessemos ser um pouco mais livres. É por isso que não podemos esquecer por que precisamos de amigos. Somente na companhia deles temos essa hora de ser quem somos, sem precisar.